Ao contrário do que acontece no homem o sistema genital da mulher é caracterizado por um funcionamento ciclo que se inicia na puberdade e termina na menopausa. Em cada ciclo ocorrem transformações ao nível de vários órgãos principalmente nos ovários e útero.
Na mulher o desenvolvimento dos órgãos sexuais primários é estimulado pelos estrogênios, na puberdade estes também são responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários como as glândulas mamárias e a regulação do ciclo sexual.
O sistema reprodutor feminino funciona pela sincronização de dois ciclos: ovárico e uterino (ou menstrual). Estes fenômenos associados ocorrem em ciclos periódicos de cerca de 28 dias.
O ciclo ovárico ocorre em duas fases distintas separadas pela ovulação, fase folicular e fase luteínica, influenciado pelas hormonas hipofisárias FSH e LH. Na fase folicular alguns folículos primordiais desenvolvem-se, mas normalmente apenas um atinge a maturação, enquanto os restantes desagregam. Após a ovulação, a fase leuteínica inicia-se com a formação do corpo amarelo que se degenera de imediato se não ocorrer fecundação. Caso contrário este persiste até á formação da placenta.
Fig.1- Alterações que ocorrem durante o ciclo sexual feminino
O ciclo uterino está relacionado com as modificações que ocorrem no endométrio do útero. No ciclo uterino consideram-se 3 fases: menstrual, proliferativa e secretora. Na fase menstrual ocorre a destruição do endométrio devido á contração dos vasos sanguíneos desta estrutura. Essa destruição é consequência de baixas concentrações de hormonas ováricas, uma vez que o corpo amarelo degenerou. Na fase proliferativa verifica-se um crescimento do endométrio pois há um desenvolvimento de glândulas e vasos sanguíneos devido ao aumento da taxa de estrogénios que ocorre durante a fase folicular. Já na fase secretora o desenvolvimento do endométrio continua bem como a actividade secretora das glândulas nele existente. Algumas destas glândulas segregam um muco rico em glicogénio. O endométrio atinge nesta fase a sua espessura máxima.
A regulação dos dois ciclos ocorre de forma a que o crescimento do folículo e a ovulação estejam sincronizados com a preparação do endométrio para a possível implantação de um embrião em caso de fecundação.
Em cada ciclo sexual que se inicia, o hipotálamo segrega a hormona GnRH que vai levar à produção, na hipófise, de pequenas quantidades de LH (lúteo-estimulina) e FSH (folículo-estimulina). Os folículos primordiais são estimulados pela FSH a crescer e a produzir estrogênio. O aumento da taxa de estrogénios no sangue inibe a libertação de GnRH que por sua vez inibe a produção de LH e FSH. A isto dá-se o nome de retroação negativa.
Os folículos vão agora ser afetados pela hormona LH. O pico da concentração desta hormona, causada pela concentração de estrogênios promove a ovulação e a libertação do oócito II.
As células foliculares que restam da ovulação são transformadas em corpo amarelo por ação da LH. Este vai agora produzir estrogênios e progesterona que provocam uma retroação negativa no complexo hipotálamo-hipófise inibindo a produção de GnRH, FSH e LH. Na ausência de fecundação o corpo amarelo acaba por degenerar ficando uma cicatriz na parede do ovário. Esta desintegração do corpo amarelo provoca uma abrupta redução dos níveis das hormonas ováricas. Esta redução provoca a desagregação do endométrio- fase menstrual. Dá-se então inicio a um novo ciclo ovárico.
Fig.2- Ovulação
Fonte: http://www.bio4life.pontogdegiro.com/index.php/reproducao/regulacao-hormonal-feminina
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